domingo, 31 de julho de 2011

Os bons morrem jovens...

" Perder um filho é como estar em uma guerra,
você é torturado diariamente  pelo seu próprio ser,
não á saida e a guerra nunca tem fim"
Sara....



É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais
Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...
Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...
Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste Ano
O verão acabou.
Cedo demais!
Só você pra dar à minha vida a direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver a luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar e a incerteza
Um dia um adeus, eu indo embora
Quanta loucura por tão pouca aventura
Agora entendo que andei perdido
O que é que eu faço
Pra você me perdoar?
Ah! que bom seria se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir como a primeira vez
Te dar o carinho que você merece ter
Eu sei te amar como ninguém mais
Ninguém mais
Como ninguém jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Ninguém mais
Como ninguém jamais te amou
Ninguém jamais te amou como eu...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Saudades

Nossa quanta saudades estou sentindo dele hoje , faz tempo que eu não sentia uma saudade tão forte tão apertada, a saudade de perder um filho é tão estranha tão diferente, as vezes sinto como se ele esta bem, que ele não sente minha falta e que a vida mesmo após a morte continua firme e forte e que a evolução se faz presente sem precisar de mim ,e ai eu como  mãe me sinto calma, tranqüila, por que acho que a saudade só vem do meu lado .
 
E as vezes me sinto como eu estou desde ontem  , essa saudade não tem barreiras ela parece vir de ambos os lados , como se ele também sentisse a mesma saudade;
 é como aquela ligação que a gente tem com o bebê dentro da barriga a gente não o vê mas sabe que ele esta ali , sabe o que ele sente , se a gente esta bem o bebê esta bem ,se a gente esta triste o bebê também esta triste, é mais ou menos assim que eu me sinto com se ele sentisse a tristeza que sinto mas ele não me passa tristeza ,e sim tranqüilidade , emoção é um simples sentimento como se ele quisera impor sua presença.
 Ontem quando fui no hospital por que estava com dores e sangramentos , na minha frente havia um menino moreno com o cabelinho do Neimar , o menino não tinha nada dele e ao mesmo tempo era tão igual , é engraçado como vejo ele em todos os meninos que aparentam ter seis anos, sem me importar com a cor ou o tipo físico, em todos , em todos eu o vejo, a criança estava sentada na minha frente vendo o jogo (coisa que o Iuri adorava mesmo sem tem o incentivo do Daniel que odeia futebol )  ai o menino foi ao banheiro e ficou trancado ( risos) quando ele começou a chamar pela mãe não teve como eu não me emocionar aquela voz pequena, frágil , com medo, era tão igual , abriu-me feridas que já me haviam cicatrizado, e ai a mãe abriu a porta e ele deu um abraço tão forte que eu mesma o pude sentir , abraço esse que eu espero a tanto tempo (lágrimas) eu já não pude me conter e chorei ali mesmo , me senti tão pequena, tão perdida , senti que aquela mãe mesmo sem saber tinha tanta sorte , senti um inveja tão grande de não poder ter aquilo que as pessoas acham tão comum , tão sem importância é apenas um abraço, não sabe aquela mãe que abraços são pérolas preciosas ,que quando temos não damos valor , porem quando perdermos descobrimos o quão caras elas são  , quando olhei para os pés dele , ele estava de sandálias e de meias , o Iuri adorava usar sandálias e meias , logo fui atendida e mais tarde fui embora sem mais ver o menino, mas ele me deixou com um sensação como se o
Iuri estava presente  , me senti novamente inteira, viva , já perdi as contas de quantas vezes orei a Deus para não me sentir assim novamente mas ele insiste em me colocar nessas situações , isso é como uma droga que você usa e quer se livrar, a sensação é essa . É boa mas quando acaba o efeito você se sente um lixo , impotente, se importância, essa sensação momentânea eu não quero sentir prefiro ficar  “ limpa” , ser como eu sou, acho que a minha dor já é grande o bastante para ter esse encontros que só me trazem lembraças que eu procuro esquecer como uma forma de amenizar , as pessoas podem me achar fraca ou egoísta ,devem pensar como uma mãe não quer ter lembranças de um filho tão lindo ,tão querido , mas somente quem está na minha pele sabe como é difícil lembrar de momentos felizes , é uma dor imensa, é como abrir uma ferida que levou um tempão para fechar .
A cada dia procuro não me lembrar de momentos que não saem da minha memória , está gravado em mim, não tem como apagar, as vezes penso que ele só existiu em meus pensamentos , com um sonho, uma miragem , é mais fácil de encarar a vida assim, mas quando a realidade bate de frente e eu tenho certeza de que ele esteve aqui , é ai que eu me sinto a mais infeliz das mulheres , é como se você tem uma missão e a deixou pela metade , as pessoas até tentam me animar e me colocar pra cima , me dizem coisas como : ele é um anjo agora ou você é muito forte , é uma guerreira.
É engraçado por que ninguém me perguntou o que eu queria ser , se eu gostaria de ser forte, ou e eu gostaria de ser guerreira , ou se eu simplesmente  gostaria de ser mãe , sem dúvidas eu responderia ser mãe  , acho até que essa ultima pra muitos não é muito interessante , já que ser forte ou guerreira pode nos trazer estatus, mas ser mãe pra mim seria o suficiente , não que eu não seja mãe tenho outros dois filhos mais novos que ele, mas não sou uma mãe completa , pois mesmo nos momentos de maior felicidade a tristeza ainda se faz presente em meu ser, jamais serei completa novamente ,isso dói muito é como ser mutilado sem ao menos esperar , ainda assim agradeço a Deus por meu filho ter partido da forma que partiu acho que foi o meio menos doloroso que Deus encontrou para tira-lo de mim , não suportaria ver meu filho uma criança tão linda padecer de uma doença por exemplo, acho que é muito triste ver um filho definhar ,tentar ajudar, dar-lhes esperanças, fazer-lhes sorrir para depois olhar para ele e ver o quanto se enganou e o quanto o enganou em momentos em que ele sentirá dor,   muitos dizem que ser mãe é uma dádiva , mas quem o diz com certeza não perdeu um filho , acho que finalmente pude expressar meus sentimentos por esse dia, espero sinceramente não mais passar por isso que passei ontem, mesmo sabendo que eu passarei por muitas vezes , continuarei a orar a Deus e a ficar furiosa com ele em momentos assim , sei também que ele vai me perdoar pois sabe ele que não o faço de coração ...
Fica também aqui registrado o meu abraço , um beijinho em cada olhinho e um selinho ao meu pequeno Iuri , era assim que fazíamos em vida , e é assim que me despeço dele hoje e sempre ....
Sua Mãe!